Os terapeutas ocupacionais preocupam-se com o modo como as pessoas funcionam nas suas atividades de vida diária sua e, por isso, estão particularmente interessados no impacto dos sintomas funcionais na capacidade de cada pessoa para manter-se ativa e prosseguir a sua vida. Isso consegue-se observando as atividades diárias de cada um e através de análise detalhada de cada atividade. Ao fazer isso, identificam-se quais os problemas que cada doente enfrenta para concluir uma tarefa,tarefas essas que podem ser tão simples como lavar-se, vestir-se, alimentar-se ou mesmo regressar ao trabalho.
Definição de metas e objetivos
A partir de onde está agora para onde pretende estar muitas vezes a distância pode parecer esmagadora, mas o seu terapeuta pode ajudá-lo nesta jornada, ajudando-o a definir objetivos realistas, usando o esquema abaixo.
Específicos
Quantificáveis
Alcançáveis
Realistas
Calendarizados
Usando este esquema a frase “Eu quero ser capaz de fazer o meu próprio pequeno-almoço” torna-se ..
“Eu vou ser capaz de fazer o meu próprio pequeno-almoço em pé no banco da cozinha e levá-lo para a mesa da cozinha usando apenas uma muleta dentro de quatro semanas”.
Geralmente, é útil incluir os seus colegas ou familiares mais próximos (e outros profissionais de saúde envolvidos nos seus cuidados, se aplicável) neste processo de definição de objetivos e metas, para que eles entendam o esforço que está a ser aplicado.
Equipamentos e Auxiliares
Na maioria dos casos, a Terapia Ocupacional para pessoas com sintomas neurológicos funcionais tentam fazer reabilitação tende a afastar-se do uso de equipamentos e auxiliares (abordagem compensatória) para que atinjam os seus objetivos. Isto porque o uso de abordagens compensatórias ajuda as pessoas a concluir uma tarefa apesar das dificuldades, mas nem sempre ajuda na reabilitação dessas próprias dificuldades.
O uso de equipamentos como talas, ajudas, etc, pode causar:
– Novas justificações para a dor – muitas vezes, os pacientes que usam muletas para andar desenvolvem dor crónica nos ombros, pulsos, etc., que pode levar ao uso de cadeiras de rodas.
– Pode causar uma diminuição nos níveis de condicionamento físico – isso pode levar a uma exacerbação nos níveis de fadiga que, por sua vez, reduz o envolvimento nas atividades diárias (conforme descrito na secção Fisioterapia)
– Pode chamar a atenção para uma área e aumentar o auto-foco levando a exacerbação dos sintomas
Nos pacientes que não tentam melhorar com a reabilitação ou em que nada ajuda, equipamentos como cadeiras de rodas podem melhorar a independência, mas é importante entender que eles também tornam a recuperação mais difícil.
Cuidadores
Apesar dos cuidadores poderem ser essenciais em alguns casos para o apoiar em sua casa, o uso prolongado de cuidadores pode:
– reduzir a confiança nas suas próprias capacidades
– diminuir a sua independência
– se a sua família está a cuidar de si, isso pode afetar as relações familiares
– quando tenta e se envolve numa atividade de forma independente após um período de dependência, sua capazidade de planeamento e capacidade de execução podem ter diminuído e, portanto, será mais difícil. As coisas, parecerão mais difíceis o que poderá impactar e afetar a sua motivação para fazer novamente essas coisas numa próxima vez.
Desenvolver independência através da reabilitação
Os terapeutas ocupacionais encorajam as pessoas a trabalhar nas suas ocupações diárias segundo um padrão de movimento normal, com dependência reduzida de equipamentos e de informações de outros. Isto promove a independência, bem como oportunidades de reabilitação e recuperação. Desta forma, as pessoas são encorajadas a participarem em todas as atividades diárias como uma forma de reabilitação, uma vez que a participação favorece a construção de força e resistência funcionais.
Se tem tido dificuldades em passar o dia todo em casa, o envolvimento em atividades de lazer pode ser difícil. Estes profissionais podem ajudá-lo a identificar os seus hobbies e interesses para voltar a envolver-se nesse tipo de atividades.
Aprender a suavizar os dias bons e os dias menos bons
Provavelmente notará que algumas das abordagens na Terapia Ocupacional podem sobrepor-se às da Fisioterapia e Psicologia, particularmente no que diz respeito ao uso de estratégias de gestão da fadiga e dor. Esta é uma característica fundamental do tratamento dos pacientes com sintomas funcionais, pois visa quebrar o ciclo inútil que muitos pacientes sentem, onde nos seus “dias bons” tendem a fazer demasiado, o que inevitavelmente leva a “dias maus”, abandono de atividades , aumento da frustração e afundamento do humor. Clique nos links abaixo para obter alguns planos de Terapia Ocupacional para Doenças Motoras Funcionais (ou seja, aquelas que causam problemas de mobilidade ou movimento).
Psicologia
O trabalho do terapeuta ocupacional a par dos psicólogos e de terapias cognitivo-comportamentais é o de o ajudar a identificar fontes de ansiedade e stress e a desenvolver estratégias de gestão. As sessões podem incluir:
– ajudá-lo a identificar como se sente quando está stressado ou ansioso através de uma melhor percepção de si mesmo (por exemplo, suor, aumento da frequência cardíaca).
– identificação das situações / atividades stressantes.
– exploração de técnicas de relaxamento e gestão de stress.
– exposição gradual a situações stressantes num ambiente pautado, por exemplo, pelo uso de transporte público usando técnicas de gestão de ansiedade.
– Ganhando um equilíbrio saudável dentro da sua vida diária para gerir o stress.
– Recapturar a sua identidade ocupacional – recuperar o sentido de “eu posso”, quebrando a evicção e encorajando os riscos positivos.
Gerir o emprego ou retomar o trabalho
Manter o emprego ou volter ao trabalho após um período de doença pode ser muito difícil. As pessoas com quem trabalha tendem a ter uma compreensão limitada dos seus problemas e, de facto, alguns dos seus sintomas podem estar “ocultos”, por exemplo, fadiga e são difíceis de explicar. Os terapeutas ocupacionais estão bem posicionados para ajudá-lo com estas questões, podendo fazer isso através de:
– identificação das suas principais dificuldades
– Resolver esses problemas
– Estabelecimento de ligação com a entidade empregadora
– oferecendo conselhos sobre ajustes razoáveis, por exemplo, horários de trabalho alternativos, comunicação assertiva no seu local de trabalho.
– Preparando-o para voltar ao trabalho
– implementação de mudanças ambientais
“Obrigado a SUE HUMBLESTONE e CLARE NICHOLSON, TERAPEUTAS OCUPACIONAIS do HOSPITAL NACIONAL DE NEUROLOGIA e NEUROCIRURGIA, LONDRES por contribuírem com esta página para o site. Eles explicam como eles usam a terapia ocupacional no tratamento multidisciplinar de pacientes com distúrbios neurológicos funcionais”. Jon Stone
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