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Queixas cognitivas/memória

Sintomas funcionais de memória e concentração (também chamados de sintomas cognitivos funcionais) frequentemente coexistem com outros sintomas funcionais e dissociativos.

Frequentemente coexistem com distúrbios do sono, fadiga, ansiedade ou depressão. No entanto, é importante afirmar que pode ter esses sintomas de memória e concentração sem que haja ansiedade ou depressão.

Os sintomas cognitivos funcionais são cada vez mais comuns – possivelmente porque são mais diagnosticados e também porque a população está mais informada e mais alerta para a problemática das demências.

Estudos no Reino Unido mostraram que mais da metade dos pacientes que frequentam consultas por queixas de memória não têm demência e muitos têm uma perturbação cognitiva funcional.

Em seguida apresentam-se queixas comuns de memória relatadas pelos pacientes. Muitas correspondem a experiências quotidianas que são vividas com mais frequência do que o habitual.

“Fui ao andar de cima/quarto ao lado e não me consegui lembrar o que ia lá fazer”

‘Estou sempre a perder a carteira/chaves”

‘Perdi o fio ao tema da conversa’

‘Não conseguia lembrar-se do caminho de carro para casa na íntegra’

‘Eu começo um livro e não consigo lembrar-me do que estava a ler antes’

‘Eu esqueço o nome dos destinos das últimas férias ou o que fiz ontem’

‘Esqueci-me completamente da reunião/ dar os parabéns a alguém’

Como todos os sintomas funcionais, decidir se estes sintomas fazem ou não parte de uma doença neurológica é um processo que deve ser feito cuidadosamente.

Mas muitas vezes, estes tipos de sintomas não indicam um problema de memória. Eles podem ser explicados principalmente como consequência de pouca concentração ou distração. Se não estiver concentrado no início de uma tarefa, talvez por estar cansado(a) ou distraído(a), não se irá lembrar do que fez ou do que lhe foi dito.

Então, enquanto você costumava ir ao piso de cima da casa, por exemplo, e recordar-se da razão para isso, agora não o consegue fazer porque a sua dor, fadiga ou fraqueza nas pernas estão a interferir com a sua concentração.

Curiosamente, as pessoas que mais frequentemente notam este tipo de sintomas muitas vezes são aquelas que têm uma capacidade acima da média de se lembrar das coisas em primeiro lugar. Por outro lado, pessoas que sempre foram um pouco distraídas tendem a notar menos quando estes sintomas surgem.

Às vezes, esses sintomas tornam-se um foco de preocupação com a saúde, especialmente se houver história familiar de demência ou se a pessoa estiver familiarizada com a demência. Pensar ou preocupar-se com sintomas de memória tende a piorá-los. A maioria das funções cerebrais, como o movimento, o sono e o pensamento funcionam melhor de forma automática.

Os sintomas de concentração são um sintoma muito comum de ansiedade e depressão, por isso é fácil de compreender que um ciclo vicioso de sintomas se possa desenvolver nessas situações.

Pode ser útil descobrir a frequência destes sintomas de memória e o quão comuns estes são na população. Em seguida, a frequência destes sintomas em pessoas saudáveis entre os 20 e 30 anos.

Quando os médicos avaliam os problemas de memória na consulta, procuram pistas que os possam auxiliar a diferenciar se os sintomas de memória são de etiologia funcional ou não. Podem também realizar exames neuropsicológicos. Alguns pacientes com perturbação cognitiva funcional têm pior desempenho nos testes do que na vida real, e portanto os resultados podem criar uma impressão falsa.

Nenhum dos recursos abaixo é diagnóstico isoladamente e o diagnóstico deve ser feito por um especialista. Em alguns pacientes pode não ser possível ter certeza na primeira consulta e apenas o seguimento dos doentes auxiliará na definição do diagnóstico.

Estamos a falar do mesmo que Defeito Cognitivo Ligeiro (MCI)?

Não. MCI é uma designação comumente dada a pacientes que apresentam sintomas cognitivos, mas que não apresentam demência, isto é, não interferem com a sua capacidade funcional. Alguns desses pacientes podem, de facto, ter sintomas cognitivos funcionais, mas outros irão evoluir para demência.

A perturbação cognitiva funcional é um problema muito mais específico e identificável, com características clínicas típicas.

Tratamento dos Sintomas Cognitivos Funcionais

Estas são algumas das coisas que podem ajudar aqueles que sofrem de sintomas cognitivos funcionais

1. O diagnóstico é feito pela positiva. Como todas as doenças neurológicas funcionais, não deve ser um diagnóstico de exclusão.

2. Identifique se há uma causa óbvia, como privação de sono, medicação excessiva ou ansiedade, que pode ser objeto de tratamento.

3. Pessoas que costumavam ter uma memória brilhante podem precisar de tempo para reconhecer que os sintomas de memória que têm, embora diferentes para eles, são normais para a população. Informação e discussão podem auxiliar.

4. Treinar para aceitar erros de memória quando eles ocorrem e não se concentrar neles por muito tempo (isto é, autocrítica reduzida)

Há uma página útil de dicas sobre como gerir os sintomas de memória e concentração neste sítio eletrónico. Ele foi escrito para pessoas com traumatismos ligeiros da cabeça, mas as dicas são semelhantes no que diz respeito à aprendizagem e controlo sobre a sua memória.

Longos períodos de amnésia Amnésia Dissociativa

Por vezes, pacientes com sintomas neurológicos funcionais relatam períodos bastante dramáticos de amnésia, por exemplo, durante uma tarde inteira ou uma viagem de carro. Isto é mais frequente em pessoas com convulsões dissociativas que frequentemente têm amnésia imediatamente antes da crise.

Quando um período de tempo como esse é perdido, amnésia dissociativa é a explicação mais provável. Clique em sintomas dissociativos para descobrir mais sobre o significado geral de dissociação.

Na amnésia dissociativa, a pessoa não consegue lembrar de nada porque

• durante o período em questão estava em estado de transe, ou

•tem dificuldade em aceder a memórias casuais devido a uma mudança na função do cérebro, que é parte de uma doença funcional ou dissociativa.